A Encefalopatia Espongiforme Bovina (BSE – bovine spongiform encephalopathy), também conhecida como “mal da vaca louca” é uma doença neurológica progressiva em bovinos causada por uma proteína priônica (Príon) alterada, podendo ocorrer de forma clássica ou atípica.
A forma clássica da doença ocorre através da ingestão de subprodutos animais contaminados com uma proteína alterada de potencial infectante, o Príon. Com o formato clássico do Príon, existe um potencial de contaminação humana, gerando a variante da Doença de Creutzfeldt–Jakob (vDCJ).
Contudo, existem formas atípicas da proteína, com formato diferente do Príon clássico. A hipótese é que essas formas atípicas, detectadas em animais idosos (acima de 8 anos), façam parte de um processo neurodegenerativo do sistema nervoso desses animais. Dessa forma, ocorre uma alteração espontânea em uma proteína constituinte do sistema nervoso, originando o Príon. Ao contrário da forma clássica de BSE, a forma atípica não está relacionada com a ingestão de subprodutos de origem animal contaminados com a proteína priônica infecciosa.
Em fevereiro desse ano, tivemos um caso confirmado de BSE no Pará. Na investigação epidemiológica feita constatou-se que o animal afetado era um bovino de 9 anos de idade sem histórico de ingestão de subprodutos de origem animal, levantando a suspeita de que se tratava de um caso atípico de BSE. Em nota oficial, o Ministério da Agricultura divulgou que o material foi enviado para análise em um laboratório de referência no Canadá, que posteriormente confirmou se tratar de um caso atípico de BSE.
É importante destacar que no Brasil nunca foram detectados casos de forma clássica de BSE. Os casos atípicos, detectados aqui no Brasil, não apresentam potencial de disseminação entre rebanhos e ocorrem esporadicamente em todo o mundo.